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Sustentabilidade e o Pricing Model

O crescimento exponencial do consumo a que assistimos desde os anos 50 tornou viável a produção em massa e fez diminuir os custos de produção associados a uma economia de escala. Os impactos deste consumo exacerbado são agora bem visíveis, desde a degradação ambiental até à escassez de acesso a certos recursos naturais fundamentais à vida. Em particular, a Organização Mundial de Saúde estima que, em 2025, metade da população mundial irá viver numa situação de escassez de água. Além disso, o desgaste do solo causado pelas práticas agrícolas contemporâneas, como as práticas de monocultura e a utilização exaustiva de pesticidas e adubos químicos, aliadas à desflorestação, tem conduzido à perda de uma superfície de terra fértil equivalente à área da Irlanda, por ano. Por outro lado, a maneira como consumimos e nos deslocamos tem levado ao aumento da concentração de gases de efeito de estufa na atmosfera. A concentração de CO2 na atmosfera é agora 50% maior do que antes da revolução industrial, tendo atingido um valor record em 2021. A humanidade tem agora, nas mãos, graves problemas para enfrentar, como as alterações climáticas e a perda de biodiversidade.

Torna-se, assim, preponderante repensar os hábitos de produção e consumo: em vez de pensar a curto prazo, torna-se cada vez mais importante pensar a longo prazo e, em vez de desenhar produtos fugazes e regidos pela moda, estes devem primar agora pela durabilidade e qualidade.

Porém, esta nova maneira de pensar sobre os produtos levanta algumas dúvidas nas empresas: se os produtos são mais duráveis, vão ser compradas menos unidades logo, as fontes de receitas diminuem, podendo até pôr em causa a sustentabilidade do negócio. Enquanto, para alguns dos modelos de negócios sustentáveis, como o modelo de partilha de bens e o mercado de segunda-mão, os preços dos produtos ou serviços são menores do que na alternativa convencional, noutros modelos de negócios tal não acontece. Em muitos casos, a durabilidade do produto ou o pagamento de um preço justo a todos os intervenientes do processo de produção, tem de ser compensada pelo aumento de preço do produto. Nestes casos, o preço mais elevado que é cobrado ao consumidor pode constituir uma barreira à compra. Por esta razão, e essencial repensar o modelo de receitas e, se se justificar, procurar alternativas ao preço de venda fixo, que é o modelo que é amplamente utilizado atualmente. Alguns destes modelos de pagamento alternativos podem ser:

Preço dividido por prestações

O valor do produto é repartido por vários momentos de pagamento (com ou sem juros).

Modelo de Subscrição/Aluguer

Os clientes compram os direitos de uso de um produto por um curto período de tempo, normalmente menos de 30 dias.

Pay-per-use

Os clientes compram a utilização em vez de pagarem pelo produto. Pagam com base em métricas de uso, como Km percorridos, horas usadas, páginas impressas, dados transferidos, entre outros.

Leasing

Os clientes compram direitos contratuais para usar um produto por um período mais longo, normalmente com direitos de acesso exclusivo e individual.

Acordo de desempenho

Os clientes compram um determinado serviço ou nível de qualidade e as empresas comprometem-se a entregar o resultado específico acordado. Por exemplo, poderia ser uma “rua limpa e sem neve”, uma “climatização do edifício eficiente” ou uma “rua bem iluminada da cidade”.

Modelo Freemium

Como o nome sugere, é uma combinação de grátis e premium. Segundo este, a funcionalidade principal é gratuita e as ofertas premium são cobradas ao cliente. Este modelo é muitas vezes aplicado às aplicações móveis, mas também pode ser utilizado em produtos, dando-se o produto principal gratuitamente e cobrando pelas atualizações, conteúdos ou vendas de complementos do mesmo.

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