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O investimento como alavanca da transformação

Tem sido tradição de Larry Fink, um dos mais influentes investidores a nível global e presidente executivo da Black Rock (empresa de gestão de activos que representa mais de mil fundos de investimento, detendo participações avaliadas em mais de 6 triliões de dólares), enviar uma carta aos CEO das maiores empresas do mundo no início de cada ano. Nesta comunicação partilha metas e desafios, sugerindo o que se deve definir como resolução de ano novo.

Em Janeiro de 2020, o conteúdo desta carta – ver link abaixo – foi um pedido expresso e ambicioso:

Larry Fink pediu que os líderes das maiores empresas do mundo mudassem o foco e se deixassem de preocupar exclusivamente com a maximização dos lucros.

Começando pelas preocupações com as alterações climáticas, Fink sublinhou bem a gravidade do impacto da crise ambiental no futuro das sociedades, das empresas e na inadiável necessidade de reavaliação e reposicionamento em relação a este tema. Reconhecer, reformatar, reorganizar, realocar foram palavras de ordem no seu texto. As empresas têm que ser um motor nesta mudança.

Fink sublinhou que as empresas têm que ser sustentáveis, aumentando fortemente o seu sentido de responsabilidade para com todos os stakeholders e incorporando no core do negócio os pilares ambiental e social, além do financeiro.

As empresas têm que respeitar os seus recursos. Tanto os humanos como também os naturais.

Para o presidente executivo da Black Rock, bons investimentos deixaram de ter apenas uma lógica de lucro imediato. Já não faz sentido. O capitalismo tem que se reinventar e contemplar os custos sociais e ambientais que gera.

Fink é bem claro: não continuará a investir em empresas que continuem a assobiar para o lado como se nada estivesse a acontecer. Lê-se logo no início da sua carta que é preciso pôr o dinheiro onde ele possa gerar valor a longo prazo, evidenciando a responsabilidade que sente para com os seus clientes em trazer-lhes mais do que o retorno imediato.

Larry Fink solicitará às empresas relatórios de sustentabilidade, efetivação de implementação de projetos de inovação e de responsabilidades social/ambiental, demonstração da capacidade dos seus líderes em gerir estas questões, deixando um aviso claro: aquelas empresas que não se preparem adequadamente – e não se contentará com meros truques de marketing para fazer aumentar os lucros e causar uma boa imagem junto dos reguladores –  não serão, seguramente, empresas onde valha a pena investir.

A Black Rock apela assim ao investimento com impacto positivo, ao invés do velho investimento tradicional. Exige a tomada de consciência geral para as questões sociais e ambientais e a obtenção de retornos financeiros em prazos mais longos, uma vez que a adoção de práticas sustentáveis pode introduzir mudanças estruturais nos modelos de negócio.

Fink reforça que não basta a regulamentação e o poder político. A Economia e as Finanças (Sustentáveis) têm um papel preponderante para alavancar esta transformação.

Veja aqui:

https://www.blackrock.com/corporate/investor-relations/larry-fink-ceo-letter

https://www.blackrock.com/br/larry-fink-ceo-letter

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