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Servitização na era da economia circular

Bem-vindo à servitização na era da economia circular!

Estamos a assistir à transição de uma economia linear assente na extração-produção-uso-descarte para uma economia circular onde se pretende estender eternamente a vida dos materiais e anular os resíduos e a poluição. O novo paradigma pressupõe profundas mudanças nas várias etapas da cadeia de valor: desde o desenvolvimento dos produtos, passando pela extração de matérias-primas, pela transformação e distribuição. É limitador pensar-se que a mudança vai restringir-se aos processos de cada etapa da cadeia de valor, a mudança será mais estrutural e vai obrigar a um profundo redesenho dos modelos de negócio.

A servitização será preponderante na era da economia circular. Actualmente, as empresas empenham todos os esforços na angariação de clientes, mas desvinculam-se deles e dos seus produtos a partir do momento da venda. Vamos assistir a uma transição acentuada da pura venda de produtos para a prestação de serviços associada ao produto. Num modelo circular, os produtos terão que ter a sua vida útil prolongada e terão que ser valorizados no seu fim-de-vida.

As empresas vão então passar a estabelecer uma relação contínua com os seus clientes para lhes prestarem uma série de serviços:

  • Assistência no uso: uma interação constante entre produtor e cliente para garantir o melhor uso do produto
  • Reparação: um serviço de recolha e reparação do produto para prolongar a sua vida útil
  • Venda de consumíveis e peças de susbituição: os produtos vão passar a ser modulares, permitindo a substituição de peças, mantendo-os assim sempre actualizados
  • Buy back: No fim-de-vida dos produtos, as empresas recolhem-nos para valorização, recondicionando-os para serem vendidos em mercados de 2ª mão, desintegrando-nos para que peças em bom estado possam ser incorporadas em novos produtos ou reciclando-os.

Em muitas categorias de produto, essencialmente naquelas de maior valor como carros, produtos tecnológicos, electrodomésticos ou outros, a servitização fará com que as empresas migrem dum modelo de venda para modelos de renting ou subscrição. E a relação marca-cliente passará obrigatoriamente a ser feita por intermédio de plataformas digitais, numa troca de dados constante, facilitando a vida aos dois lados. Essas plataformas permitirão garantir através de tecnologias como a IoT e IA o melhor uso do produto, e permitirão a compra de consumíveis ou o agendamento da recolha para reparação de forma totalmente digital.  É também de salientar que dado o peso que a logística inversa vai ganhar neste novo modelo, as empresas deverão repensar a arquitectura da distribuição.

A sua empresa está pronta para mergulhar na servitização?

Author: admin

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