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Os sectores mais poluentes em Portugal

O que é poluente? Que indústrias têm impacto negativo para o ambiente? Que sectores têm de reagir mais rapidamente?

A energia à cabeça, com a produção e transformação do carvão e do petróleo,  os transportes e a industria transformadora  são os sectores que em Portugal mais emitem gases efeito de estufa, nomeadamente o dióxido de carbono.

E produzem mais do que as florestas e os oceanos do nosso planeta podem absorver.

Como?

Os gases de efeito de estufa (entre eles o metano, o dióxido de carbono, o óxido nitroso, etc.) absorvem parte da radiação infravermelha que é emitida essencialmente pela superfície da Terra. Isto dificulta o processo natural através do qual estes gases se evadem para o espaço e, quando assim é, acontece o chamado efeito estufa porque o calor não se liberta como deveria. Este processo gera um aumento da temperatura global do planeta tendo consequências sérias e irreversíveis para o planeta. Caso não se controle o aumento de 2ºC de temperatura, o efeito poderá ser devastador para a biodiversidade e ecossistemas e, no limite, a seca e a falta de alimentos serão fenómenos previsíveis.

O que se passa no nosso País?

Segundo várias fontes, entre elas a Zero, organização não-governamental que se dedica essencialmente ao tema, os transportes são o maior responsável por emissões de gases de efeito de estufa. Em Portugal, representam quase 25% das emissões. É a maior fonte de ruído e poluição sonora com danos para a saúde ambiental e do ser humano e as infraestruturas que se exigem têm um impacto grave na paisagem, uma vez que dividem as zonas naturais em pequenas parcelas, com graves consequências para os animais e as plantas.

É seguido, na mesma ordem de grandeza, pela produção de energia que representa cerca de 20% do total de emissões de gases, ocupando também o topo da lista dos maiores poluidores. (Só as centrais de Sines e do Pego foram responsáveis por 15% do total de emissões de dióxido de carbono-equivalente – medida internacional que expressa a quantidade de gases de efeito estufa como dióxido de carbono – registadas em Portugal em, por exemplo, 2017. É imperativo a sua substituição por centrais de ciclo combinado a gás natural ou hidrogénio verde. Para quando? As últimas notícias apontam que a Central do Pego pode já encerrar em 2021 e a de Sines em 2023.)

A indústria transformadora, com destaque para a indústria têxtil, tem também impactos ambientais muito negativos, sendo considerada altamente poluente desde a produção, fabrico, transporte até ao uso (lavar, secar e engomar). Aqui, os impactos ambientais sentem-se sobretudo ao nível do consumo de água, da erosão dos solos, da emissão de CO2 e dos resíduos e desperdícios resultantes. Um quinto da poluição industrial da água tem origem na fase de tingimento e tratamento têxtil. As sobras do processo de tingimento são frequentemente despejadas em lagos, ribeiros ou rios. Já para não referir, e indo além-fronteiras, nos terríveis impactos sociais, já que para serem competitivas e baratas empregam mão de obra muitas vezes escrava e infantil e a custos irrisórios.

O turismo é um sector fundamental em Portugal, contudo, desde aspetos comportamentais dos clientes, passando pela ineficiente gestão térmica, hídrica e de resíduos e, claro, o ordenamento urbano e o impacto ambiental que representa este sector tem pela frente um grande desafio.

A agricultura e os resíduos fecham a lista dos setores mais poluentes em Portugal. Mas, não só.

Segundo um comunicado da CDP, organização internacional sem fins lucrativos e que tem por objetivo apoiar empresas, cidades e países na gestão e divulgação ambiental, algumas empresas portuguesas estão no ranking mundial das 1800 companhias “responsáveis por 13,5 gigatoneladas de emissões por ano, o equivalente a 25% do total global de emissões”. Quem são estas empresas, de que sectores? Sem querer denunciar nomes, as empresas que estão aqui a ser referidas são empresas de retalho, cimenteiras e da indústria do papel.

O tema é vasto e, a bem da verdade, toca a todos as áreas de atividade em maior ou menor escala.

O que é essencial sublinhar é que, em Portugal e no Mundo, o intuito é abranger todos os sectores, todas as indústrias e, claro, todos os tipos de poluição: atmosférica, dos solos, das águas, sonora ou mesmo visual.

Entendemos que a ação tem que ser coletiva, transversal e que todas as empresas, independentemente do seu sector, da sua dimensão ou geografia, devem adotar uma nova abordagem, promovendo a responsabilidade ambiental/social como motor de desenvolvimento de um novo modelo económico.

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