Estará a Humanidade preparada para o salto tecnológico?

Alfred Nobel, em 1867, inventou e patenteou a conhecida dinamite. A pasta criada por nitroglicerina provocou uma explosão na fábrica de Alfred, matando cinco pessoas, sendo uma delas um irmão de Nobel. Após o acidente, Nobel focou-se no desenvolvimento da substância e introduziu-lhe absorventes de forma a controlar a sua reacção explosiva.

Nobel pretendia que o seu engenho fosse utilizado de forma benéfica na construção civil, porém as suas intenções saíram goradas e a dinamite começou a ser usada em contexto de guerra como arma mortal. Nobel, quando se apercebeu que a sua invenção estava a ser usada para fins danosos, pretendeu redimir-se, criando um instituto para a promoção da paz planetária, distribuindo os famosos prémios Nobel a figuras cujo trabalho se destacasse na sua área.

Hoje, há um culto à tecnologia e estamos a assistir à maior revolução tecnológica da humanidade: Inteligência artificial, Internet of the Things, machine learning, blockchain, robotização, digitalização, etc etc etc. A inovação tecnológica, por si só, não significa nenhum avanço civilizacional. O avanço só é materializado se usarmos a tecnologia para fins benéficos, para o bem-estar social, ambiental e económico. Jamie Susskind, no seu livro Future Politics, refere que a humanidade, do ponto de vista intelectual, filosófico e moral, não está ainda preparada para o salto tecnológico que estamos a criar. Será? É uma discussão demasiado importante para a ignorarmos antes de abraçarmos cegamente a disrupção tecnológica que se avizinha.

Há bons exemplos de como estamos a ir no caminho certo. Estamos a assistir à transição energética e da mobilidade, por exemplo. Tecnologia limpa ao dispor da sociedade, do planeta e da economia. É neste trilho que devemos continuar.