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Economia Circular: Melhoria do modelo actual ou Transformação sistémica?

A sustentabilidade tradicional, na ótica da eco-eficiência, visa a redução do impacto ambiental, mas pressupõe que as matérias-primas continuem a ser extraídas, transformadas em produtos e descartadas continuamente, numa ótica linear. Esta abordagem conduz a uma redução do impacte ambiental por unidade produzida, mas não necessariamente à redução dos impactes em termos nominais, significando a médio-longo prazo, com o aumento do consumo decorrente do crescimento económico e do incremento da população, uma sobrecarga dos recursos naturais devido à extração exaustiva de matérias, à produção de emissões e à geração de resíduos. Outra limitação desta abordagem advém da resistência à integração das práticas sustentáveis por parte das organizações por geralmente significarem custos adicionais e retorno económico pouco palpável.

Ao estabelecer-se um novo paradigma onde ser social e ambientalmente responsável conduz a benefícios económicos para as empresas permitirá maior adesão dos agentes económicos e conduzirá ao desejado futuro sustentável, em sintonia com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis, definidos pela ONU, no âmbito da Agenda 2030. Esta mudança passa pela transfiguração do atual modelo económico linear para um modelo de economia circular. A economia circular é a alternativa atrativa que redesenha a noção de progresso, com foco em múltiplos benefícios para toda a sociedade, planeta e economia. Esta transição não se limita a mitigar os impactes do modelo linear com pequenas afinações, ela assenta numa mudança sistémica.

Mudando os pressupostos do modelo atual conseguiremos atingir a sustentabilidade de longo prazo. A Economia Circular assenta no desenvolvimento de modelos de negócio inovadores capazes de gerar proveitos económicos, ao mesmo tempo que eliminam resíduos e poluição, mantêm produtos e materiais prolongadamente em uso e regeneram sistemas naturais.

São múltiplas as oportunidades e soluções que economia circular nos oferece no sentido de repensar a atual forma de produzir:

  • Compras circulares, promovendo a incorporação de materiais reciclados ou matérias-primas de explorações sustentáveis
  • Eco-design focado na extensão da vida dos produtos e na valorização dos materiais
  • Desmaterialização, eliminando o consumo de materiais
  • Produção limpa, eliminando a poluição, toxicidade e os resíduos não valorizáveis
  • Energia limpa, permitindo a redução do consumo energético e a utilização de fontes renováveis
  • Servitização, estabelecendo relações contínuas com o consumidor, garantindo o melhor uso dos produtos, a sua reparação e valorização no fim-de-vida
  • Eco-inovação, explorando novas tecnologias, produtos e serviços que respondam a problemas da sociedade e do planeta
  • Colaboração entre agentes para promover sinergias que visem a redução do consumo de recursos e a ganhos económicos
  • Economia da partilha, promovendo a máxima utilização dos produto

Ambientalmente, a Economia Circular contribui para a redução do consumo de matérias-primas virgens e para a diminuição da produção de resíduos e emissões, e assim contribuindo para a regeneração dos ecossistemas.

Socialmente, a Economia Circular contribui para novas oportunidades de emprego, para o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas com foco nos benefícios da sociedade, promove a cooperação, o senso de comunidade e diminui os impactes do consumo.

Economicamente, reduz os custos com materiais, energia consumida e os encargos com seguros, taxas ou impostos ambientais. Permite o desenvolvimento de novas tecnologias, produtos, serviços e mercados. Potencia a criação de fluxos de receita contínuos através da prestação de serviços e catapulta a reputação da marca.

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