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Alterações climáticas e as eleições americanas

Os eleitores dos Estados Unidos decidirão no dia 3 de Novembro se Donald Trump irá permanecer na Casa Branca por mais quatro anos.

O presidente republicano está a ser desafiado nas urnas pelo candidato do Partido Democrata, Joe Biden, mais conhecido por ter sido vice-presidente de Barack Obama. Biden atua na política americana desde os anos 1970.

O que significa a eleição de um e de outro em termos de compromissos ambientais?

Joe Biden, o candidato democrata, pretende reconduzir os Estados Unidos aos Acordos de Paris – os acordos preveem que os países signatários devem atingir metas de redução de emissões de CO2 libertado na atmosfera, especialmente pela queima de combustíveis fósseis, responsável pelo aquecimento global –  e divulgou em Julho de 2020 a promessa de realizar investimento de 2 triliões de dólares em energia limpa e no combate às alterações climáticas (montante que fica, todavia,  cerca de 14 triliões de dólares aquém do que o senador progressista americano de Vermont, Bernie Sanders, havia prometido para a ação climática durante as primárias democratas).

Biden quer aumentar as taxas dos impostos sob grandes empresas e fortunas, investir em produtos e empresas americanas e foca muito o seu discurso no desenvolvimento de novas tecnologias, prometendo com este plano recolocar os Estados Unidos no caminho certo para a transição energética

Trump, que já havia revogado o Plano de Obama sobre energia limpa, diz através do seu secretário de Energia, Dan Brouilette, que prefere continuar a deixar esta questão nas mãos do mecanismo do mercado, sem uma imposição superior, correndo a passos largos para a flexibilização das leis ambientais do país.

A verdade é que sempre se mostrou cético em relação ao fenómeno das alterações climáticas, tendo mesmo divulgado no Twitter que “o aquecimento global é um mito e um conceito inventado pelos chineses para prejudicar a competitividade da indústria norte-americana.” Curiosamente, a China foi um dos 195 países que assinou o Acordo de Paris. Os dois países são os maiores emissores de gases efeitos estufa do mundo, representando juntos cerca de 38% das emissões globais. Como consequência da retirada do Estados Unidos do Acordo de Paris, 24 estados federais formaram a Aliança Climática para o Clima onde juntos se comprometeram com aquilo que a presidência do país se desvinculou – atingir os objetivos das Nações Unidas para o Clima e decidiram ainda fortalecer os planos de ação federais. Dos 24 estados que aderiram à Aliança, 4 são governados por Republicanos e 20 por Democratas.

Importa referir que a História americana está recheada de Republicanos com papéis muito importantes em políticas ambientais. Temos como exemplo preponderante Richard Nixon, o 37.º Presidente que assinou os fundamentais Clean Water Act e o Clean Air Act nos anos 1969 e 1970, e tendo sido o pai da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.

Mas nos dias que correm, a grande diferença entre Republicanos e Democratas reside no facto de os primeiros almejarem resolver este tipo de questões (apenas!) através do investimento e da inovação enquanto os segundos reconhecem a necessidade de uma legislação e regulamentação mais apertada e pró-ambiente, e também mais próxima de uma visão europeia.

O que é notório é que se trata de uma problemática que não parece estar nas prioridades dos eleitores aparecendo apenas em 11.º lugar atrás de economia, saúde, indicações para a Suprema Corte e pandemia.

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